Percentual de endividados em dezembro é o maior para o mês desde 2010

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) pernambucano voltou a mostrar movimento na mesma direção do nacional, com percentual de endividados em dezembro (73,3%) subindo em relação a novembro
Postado por Admin em 30/01/2020

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Percentual de endividados em dezembro é o maior para o mês desde 2010

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) pernambucano voltou a mostrar movimento na mesma direção do nacional, com percentual de endividados em dezembro (73,3%) subindo em relação a novembro (72,8%). Esta é a maior taxa de endividados desde setembro de 2015, quando o percentual atingiu 75,5%, além de ser o maior valor para os meses de dezembro, desde 2010, quando o número foi de 79,8%.

Há de se destacar a diferença entre os períodos de 2010 e 2019, visto que o primeiro apresentou um crescimento econômico recorde (7,5%), além de apresentar desemprego muito inferior ao de 2019. Sendo assim, o endividamento era bem mais sadio do que atualmente, pois a população tinha condições de arcar com as dívidas de maneira bem mais tranquila do que atualmente. O endividamento atual é puxado após período de consumo retraído das famílias, além de estar atrelado a incentivos como liberação de recursos e maior acesso a meios de financiamento.

A alta já era esperada, visto que o mês também possui uma data comemorativa de forte apelo no calendário de compras da população, que é o Natal. A data, que possui uma tradição forte, somada à liberação dos recursos do FGTS, iniciada no final de agosto, e as liberações das duas parcelas do 13º salário elevou o poder de consumo da população de maneira significativa e puxou o endividamento para cima, fazendo com que esta condição crescesse pela quinta vez consecutiva.

O último bimestre de 2019 já apontava para um elevado percentual de gastos, visto que a política de redução na taxa básica de juros apresentou continuidade na última reunião do Copom, em dezembro, o que acabou barateando ainda mais o crédito e, consequentemente, o tornando mais acessível. Outras ações também contribuíram para essa alta na confiança das famílias em relação a consumo, como os próprios feirões de renegociação para os inadimplentes, taxa de desemprego apresentando recuos em relação aos trimestres anteriores, além da geração de vagas formais e temporárias apresentar saldos positivos superiores aos mesmos períodos dos anos anteriores.

Por fim, a maior confiança do setor produtivo vem fazendo com que o nível de investimentos aumente e gere desdobramentos positivos na velocidade de recuperação da economia, que, no segundo trimestre, estava em expectativa de alta de 0,7% para o PIB nacional, atingindo 1,2% no fim do ano.

Em números, o percentual de 73,3% de dezembro equivale a 375,391 famílias endividadas, aumento de 2.738 lares em um mês, já em relação ao mesmo período de 2018, houve um aumento de 35.381 famílias nesta situação.

Já o percentual das famílias que possuem contas em atraso apresentou queda, indo de 29,9% para 29,4% em um mês. Porém, o percentual de dezembro de 2019 para as famílias nesta situação superou o de dezembro de 2018, quando a taxa atingia 26,4%. Em um ano, em torno de 16.437 famílias apresentaram piora em seus orçamentos, deixando de pagar algum tipo de dívida financeira.

A situação mais crítica no Estado, que são as famílias que informam não ter mais condições de pagar as suas dívidas, mostrou melhora mensal, com a taxa saindo de 13,0% em novembro para 11,2% em dezembro. No comparativo anual, o percentual de lares nesta situação, no último mês de 2019, também está em melhor situação que no mesmo período de 2018, quando a taxa era de 12,1%. Em números, aproximadamente 8.791 famílias em um mês deixaram a fase mais crítica, já quando a comparação é feita com o mesmo mês do ano anterior foram 4.010 que deixaram esta condição.

Quando se analisa o resultado por tipo de dívida, verifica-se que o tipo mais apontado continua sendo o cartão de crédito, atingindo 92,8%, mostrando leve alta em relação ao mês anterior, seguido pelo endividamento com carnês, que representa 20,7%. A maioria das famílias endividadas informa também que as dívidas comprometem entre 11% e 50% da renda, valor considerado preocupante, visto que, após o pagamento das despesas correntes, grande parte das famílias pode não apresentar recursos para investir, limitando a capacidade do crescimento familiar.

Para o mês de janeiro se espera uma continuidade da elevação no endividamento das famílias, isto porque o calendário de compras e um maior número de despesas podem comprometer o orçamento familiar e dar incentivos às famílias que já estão com a renda restrita de recorrer a financiamentos, como cartão e cheque especial. O período tem o pagamento de IPVA, IPTU, reajustes de serviços, compras de material escolar, além de uma fatura já mais elevada devido às compras de final de ano.

 

Com informações do fecomercio-pe.com.br

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